AMÍLCAR ROCHA FALA SOBRE A EDUCAÇÃO EM BARREIRINHAS

ENTREVISTA DE OPINIÃO

Diante da situação caótica na cidade, principalmente na educação, ouvimos uma liderança política de Barreirinhas que decidiu se manifestar. Presidente do PC do B e superintendente regional do governo do Estado, Amílcar Rocha deu-nos uma entrevista exclusiva. Ele fez algumas considerações polêmicas e esclarecedoras a respeito da realidade que vivenciamos, hoje, no município.

A entrevista se deu como um bate papo descontraído, Amílcar Rocha apesar de ter uma imagem de ex-juiz, é bastante descontraído e simples, às vezes parece tímido, porém demonstra firmeza em suas palavras. Acompanhe:

ENTREVISTA

BEF: Um dos principais setores de transformação social, a Educação, em Barreirinhas vem sendo maltratada, já há algum tempo, mas agora é sucateada. Qual o seu sentimento diante do Movimento dos Professores tendo que sair de sala de aula para cobrar nas ruas seus direitos e os direitos dos seus alunos?

Amílcar: Fazendo uma breve análise, as nossas crianças e adolescentes, vêm sendo prejudicados, tendo os direitos negados. Estão se tornando adultos sem a qualificação profissional que exige o mercado de trabalho, por falta de um sistema educacional eficaz, pela ausência de seriedade nas políticas públicas, e acabam caindo em subempregos na cidade, ou, tendo que deixar suas famílias em busca de escolas, cursos de graduação e postos de trabalho longe de casa.

BEF: Comenta-se por aí que Barreirinhas não têm oposição. O que uma liderança política oposicionista pode fazer?

Amílcar: A oposição faz parte do sistema democrático de governo. O que fazemos não é oposição pelo simples gosto de fazer, mas através de uma análise crítica sobre a situação da educação em Barreirinhas, que infelizmente segue na contramão do crescimento que vivenciamos no Estado.

BEF: Quais as principais diferenças que o Senhor percebe entre a Política de Educação realizada pelo Estado em relação à Política adotada pelo Município?

Amílcar: 

_ Na rede de ensino do Estado o professor que trabalha 40 horas semanais tem o maior salário do Brasil, o Governo tem construído vários IEMAs, (Escolas de Ensino Técnico), Escolas de Ensino Integral e muitas Escolas Dignas. Enquanto isso, aqui em Barreirinhas o atual gestor tenta baratear a educação com este sistema de contratos, pagando salários inferiores aos contratados em comparação aos concursados/efetivos e aumentando a carga horária dos professores como forma de evitar novas contratações.

BEF: Existe parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura?

Amílcar: 

_ O Governador Flávio Dino tem demonstrado disposição em ajudar e sanar algumas demandas do município, já tendo construído e entregue 03 Escolas Dignas nos povoados Mangas, São José dos Viúvos e Passagem do Gado, e outras 05 em fase de execução.

Além disso, o Estado tem promovido cursos de formação continuada para professores e promovido à formação de jovens na área de turismo e em idiomas (Inglês e Francês) através do IEMA.

BEF: Como o Senhor avalia a Política Educacional do Prefeito Alberico Filho?

Amílcar: 

_ Vejo com certa reserva, pois é difícil acreditar que esteja sendo tratada com o devido zelo e responsabilidade uma pasta tão importante, quando se constata que em apenas um ano e cinco meses de gestão, já tivemos 03 Secretários de Educação. Além do mais, pude constatar em audiência publica promovida pelo SINPROESEMMA e Conselho Municipal de Educação graves irregularidades do Sistema, dentre os quais destaco:

• Aulas iniciadas em algumas Escolas apenas no mês de Junho, depois de uma liminar concedida pelo Juiz de Direito da Comarca;

• Falta de estrutura mínima nas salas de aula;

• Fornecimento de Merenda escolar em quantidade insuficiente;

• Transporte escolar inadequado para os alunos do ensino fundamental e ausência total de transporte para os alunos do ensino médio;

• Falta do cumprimento dos 200 dias letivos como carga horária exigida pelo MEC.

BEF: Para finalizar, deixe suas conclusões?

Amílcar: 

_ Fico preocupado quando ouço a manifestação pública do Prefeito, que ao invés de buscar o diálogo com o Sindicado dos professores e demais partes interessados na melhoria da qualidade de ensino de nosso município, dá como resposta às reinvindicações da categoria, que o Sindicato está partidarizando as questões do ensino, pois suas lideranças fazem parte do grupo político que perdeu as eleições, o que é lamentável.

O Sindicato está exercendo seu papel como entidade de defesa dos direitos dos trabalhadores e da qualidade da educação. O que a população, professores, alunos e suas famílias esperam do Prefeito, é o diálogo e a busca de saídas coletivas para os problemas da educação no município.